O Pará agora conta com uma data especial para homenagear e valorizar as mães que enfrentam desafios únicos na criação de seus filhos com condições específicas de saúde ou desenvolvimento. O Dia da Mãe Atípica foi instituído pela Lei nº 10.744 e será comemorado anualmente no dia 30 de novembro.
A nova lei busca reconhecer as mulheres e cuidadoras responsáveis por crianças com deficiência, síndromes, transtornos, doenças raras, Transtorno do Espectro Autista (TEA), TDAH, dislexia e outras condições que demandam cuidados especiais.
Em Castanhal, a data será marcada pela realização da 1ª Caminhada Inclusiva das Famílias Atípicas, que tem como tema “O que queremos? Castanhal Inclusiva, Acessível e Sustentável”. O evento começa às 8h, na Praça da Matriz de São José, reunindo famílias, profissionais e apoiadores da causa.
Avanço e conscientização
Para Nayara Cunha, pedagoga e mãe de Kauã, de 5 anos, que tem autismo, a criação do Dia da Mãe Atípica representa um grande avanço. “Essa data nos permite ser mais assistidas e ouvidas, trazendo visibilidade para nossa realidade. Ela também abre caminho para a criação de políticas públicas e núcleos de apoio que são tão necessários para nós”, declarou. Nayara destacou ainda a necessidade de romper com estereótipos. “Precisamos desromantizar a maternidade atípica, que muitas vezes é vista como algo extraordinário, enquanto na verdade enfrentamos sobrecargas imensas.”
Moni Lopes, publicitária e mãe de Asaf Ben Lopes, autista de 15 anos, elogiou a iniciativa, mas defendeu uma visão ampliada. “Deveria haver o Dia da Família Atípica. Embora a mãe seja central, o apoio da família como um todo é essencial. O envolvimento dos avós, primos e, no meu caso, do meu esposo, foi crucial para que chegássemos até aqui.”
Reflexão sobre políticas públicas
Cleide Paiva, mãe de Isabelle, de 23 anos, com Síndrome de Down e autismo, destacou que a lei também expõe a falta de políticas públicas para pessoas com deficiência e suas famílias. “Cerca de 70% dos pais abandonam seus filhos com deficiência, deixando a responsabilidade para as mães. Essa data nos dá visibilidade e evidencia o quanto ainda precisamos avançar em políticas que atendam nossas demandas e promovam uma sociedade mais inclusiva.”
O Dia da Mãe Atípica surge como um marco para reforçar a luta por inclusão, acessibilidade e reconhecimento das mães e famílias que vivenciam a maternidade e os desafios atípicos. A caminhada em Castanhal promete reunir vozes em prol de uma cidade mais justa e acolhedora.
Serviço:
1ª Caminhada Inclusiva das Famílias Atípicas de Castanhal
📍 Local: Praça da Matriz de São José
🗓️ Data: 30 de novembro
⏰ Horário: 8h