Nos primeiros dois dias de setembro de 2024, o estado do Pará registrou 2.800 focos de queimadas, o maior número no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Esse número é quase seis vezes superior ao do mesmo período em 2023, quando foram identificados 479 focos.
A situação é especialmente preocupante na Região Metropolitana de Belém, onde a fumaça densa causou transtornos na manhã de terça-feira (3). A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) detectou focos de queimadas perto do lixão do Aurá, entre Belém e Ananindeua, e motoristas que trafegavam pela BR-316, entre Benevides e Marituba, relataram baixa visibilidade devido à fumaça.
Castanhal, importante cidade do nordeste paraense, também sentiu os efeitos das queimadas. De acordo com o Painel do Fogo, gerido pelo Censipam e Inpe, focos de incêndio foram registrados na cidade. Embora esses dados ainda não façam parte do índice oficial, a presença de focos de queimadas na região levanta preocupações para os próximos dias, especialmente com o início da estação seca.
O acumulado de queimadas no estado de janeiro a setembro de 2024 já chega a 21.772 focos ativos. Só nos primeiros dois dias de setembro, o Pará contabilizou 12,86% do total anual. Em agosto, foram detectados 13.803 focos, o número mais alto do ano, seguido de julho, com 3.265.
As regiões sudeste e sudoeste do Pará concentram a maioria dos incêndios, mas Castanhal e Santa Izabel do Pará também estão em alerta. O governo estadual já decretou a proibição do uso de fogo por 180 dias para tentar conter os danos ambientais e evitar mais tragédias.
Castanhal, conhecida por sua agricultura e pecuária, pode ser impactada economicamente caso os focos de incêndio se intensifiquem. Além dos prejuízos ambientais, há risco de comprometer a qualidade do ar e a saúde da população local. As autoridades reforçam a importância de manter a vigilância e evitar qualquer prática que envolva o uso de fogo nesse período.
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