Na manhã desta quarta-feira (4), as cordas que serão utilizadas nas procissões do Círio de Nazaré chegaram a Belém, marcando um momento significativo na preparação da maior festividade religiosa do Pará. A corda, um dos símbolos mais fortes que conectam os promesseiros à imagem de Nossa Senhora de Nazaré, foi produzida em Castanhal, e transportada até a capital paraense.
Pela segunda vez, a corda foi confeccionada pela Companhia Têxtil de Castanhal (CTC), reforçando o elo entre a tradição e a cultura local. Com 800 metros de comprimento e 60 milímetros de diâmetro, ela foi desenhada para ser ainda mais resistente que a do ano passado, garantindo maior segurança durante as romarias.
A chegada a Belém ocorreu por volta das 12h, no estacionamento da Basílica Santuário, localizada no Centro Social de Nazaré. Um caminhão trouxe os pesados rolos de corda, que foram cuidadosamente transportados para a sala onde permanecerão até o dia da vistoria, marcada para 28 de setembro, pela Diretoria da Festa de Nazaré.
Corda mais forte e resistente
O diretor de procissões, Antônio Sousa, destacou que a nova corda foi aprimorada para evitar os incidentes ocorridos em 2023. “Temos uma corda com atracações das argolas mais resistentes que a do ano passado. São essas argolas que são presas nas estações e onde se concentra a maior força. Tivemos o cuidado de tomar todas as providências para que os incidentes ocorridos ano passado não se repitam”, afirmou.
Feita a partir de uma combinação de fibras de malva e juta, a corda promete ser mais macia ao toque, sem perder sua resistência, um avanço em relação ao sisal, que era utilizado até 2022. Essa nova composição, além de garantir maior durabilidade, reforça a conexão com as comunidades amazônicas, responsáveis pelo cultivo das fibras.
Vistoria e exposição
No dia 28 de setembro, será realizada uma vistoria detalhada na corda para garantir que todos os componentes, como argolas, nós e estações, estejam em perfeitas condições para as procissões. Após a vistoria, a corda utilizada na Trasladação ficará em exposição na Estação Luciano Brambilla, enquanto a do Círio será exibida na Estação das Docas até o dia das procissões.
Tradição secular
A corda passou a integrar o Círio de Nazaré em 1885, quando uma enchente alagou a orla de Belém durante a procissão, impedindo que a berlinda fosse puxada pelos cavalos. Desde então, ela se tornou um símbolo de fé e devoção, conectando os fiéis à imagem de Nossa Senhora de Nazaré, e a cada ano, vem sendo aprimorada para manter viva essa tradição secular.