A jovem Geovana Costa Martins, de 20 anos, foi brutalmente assassinada pela própria patroa, Camila Barroso, de 33 anos, após ser mantida em cárcere privado e obrigada a se prostituir em uma casa de massagem, em Manaus. A Polícia Civil revelou os detalhes do crime na quinta-feira (29), informando que a vítima foi espancada até a morte e, em seguida, teve o corpo jogado em uma área de mata.
Camila foi presa na noite de quarta-feira (28), mas as investigações ainda não esclarecem o que teria motivado o assassinato. A jovem havia desaparecido no dia 19 de agosto após sair para trabalhar, sendo encontrada morta no mesmo dia.
Linha do Tempo do Crime
Segundo a investigação, Geovana foi contratada como babá da filha de Camila e, por cerca de oito meses, desempenhou essa função. No entanto, durante esse período, a jovem foi aliciada pela patroa com a promessa de uma vida de luxo e acabou sendo forçada a se prostituir. Camila utilizava um imóvel, de propriedade de Eduardo Gomes da Silva, como ponto de exploração sexual, onde outras meninas e meninos também eram obrigados a se prostituir.
A Polícia informou que Geovana era a única obrigada a morar no local e não tinha permissão para manter contato com pessoas fora daquele ambiente. Ela era frequentemente drogada e embriagada pela patroa, que depois cobrava pelos “favores”, criando uma dívida que era usada para manipulá-la.
Investigações e Prisões
A família de Geovana reconheceu o corpo no dia 25 de agosto, e, a partir desse momento, as investigações indicaram Camila como a principal suspeita do crime. Eduardo Gomes da Silva, apontado como cúmplice no descarte do corpo e proprietário do imóvel, está foragido e é procurado pela Justiça.
De acordo com o Instituto Médico Legal (IML), a jovem apresentava sinais de tortura e morreu em decorrência de um traumatismo craniano.
Exploração e Manipulação
Durante as investigações, a Polícia descobriu que Camila usava drogas e álcool para controlar Geovana, mantendo-a sob seu domínio. As informações indicam que a patroa exibia a jovem em redes sociais e registrava vídeos que podem ajudar a entender a relação abusiva entre elas.
A delegada responsável pelo caso, Marília Campelo, afirmou que Camila também alegava ter conexões com um líder de uma organização criminosa, conhecido como “Mano Caio”, para intimidar suas vítimas.
Possível Envolvimento com Tráfico Internacional
As investigações apontam ainda que Geovana estava com passaporte pronto e passagem comprada para a Europa, o que levanta a suspeita de que ela seria usada como “mula” para tráfico de drogas ou exploração sexual fora do Brasil.
Declarações de Camila e da Mãe da Vítima
Em sua defesa, Camila Barroso declarou em um vídeo à TV Norte que cuidava de Geovana como se fosse sua filha e que a jovem se queixava constantemente de não ser amada pela família. “Ela passou 8 meses comigo e com minha filha mais nova. Eu cuidava dela como se fosse uma filha. Agora, todos vêm me acusar? Por quê? Porque cuidei dela como uma mãe?”, afirmou Camila, em meio a lágrimas.
A mãe de Geovana, cujo nome não foi divulgado, expressou profunda dor pela perda da filha em depoimento à Polícia. “Meu coração está partido. É uma dor inexplicável. Brutalmente, arrancaram um pedaço de mim, porque eu sempre dizia para ela: ‘minha filha, você é um pedacinho de mim’”, desabafou a mãe.
As investigações seguem em andamento para esclarecer todos os detalhes do caso e capturar os envolvidos. A comunidade aguarda justiça para a jovem Geovana.